Mataram o SEO de novo. O que significa dessa vez?
"O SEO Morreu". Quantas vezes você já leu essa frase?
De tempos em tempos o mercado pega uma novidade ou um artigo e usa como pretexto para "matar" o canal.
Dessa vez, o dado de queda de -70% do tráfego orgânico da Hubspot foi a faísca para um novo debate. Numa edição do podcast da Hubspot, Marketing Against the Grain, eles explicam porque essa queda na verdade não é ruim e que fazia parte da estratégia de diversificação de canais que eles vinham executando desde 2021, com a aquisição do The Hustle.
Na verdade, enquanto eles tiveram uma queda geral -70% tráfego orgânico, o aumento de tráfego vindo de palavra-chave de marca cresceu +9% no mesmo período. Não tão ruim, afinal.
Mesmo assim, é preciso entender melhor. É agora que o canal foi pra valer?
O que é a curva de maturidade de canais e como ela ajuda a explicar essa situação
Segundo a Reforge, todo canal de aquisição passa por uma curva S universal de maturidade.
Essa curva S tem quatro estágios: Testing, Takeoff, Maturity e Discontinuity.
Inicialmente, com um novo canal, existe um momento de exploração do canal e entendimento de como ele opera (Testing). Na medida em que ele ganha tração com usuários e as empresas entendem como operar esse canal, ele passa a um crescimento acelerado (Takeoff).
Esse canal ganha tração o suficiente para ser padrão de mercado e, por isso, toda empresa usa e a performance do canal estabiliza (Maturity). Com o declínio de uso do canal por usuários e concorrência crescente, o canal passa a trazer cada vez menos resultados (Discontinuity).
Isso acontece com todos os canais, na medida em que os hábitos de consumo das pessoas mudam e inovações acontecem. Quem dos seus amigos ainda usa Facebook? Ou, um exemplo ainda mais exagerado, quantas pessoas que você conhece ainda usam uma lista telefônica para fazer pesquisas locais?
Talvez há o caso a ser feito que o SEO tradicional como conhecemos, a produção de conteúdo textual nos blogs de empresa focado em palavras-chave que tinham relevância de tráfego, esteja num estágio de declínio.
Isso não significa que o canal não traz mais resultado, mas que não traz mais tanto resultados quanto anteriormente e isso deve ser levado em consideração para um portfólio mais equilibrado de investimento em canais.
Alguns fatores podem reforçar essa hipótese:
IA generativa veio como uma inovação tanto na forma como pesquisamos e na forma como produzimos conteúdo. Pessoas e empresas conseguem produzir um volume maior de conteúdo, as pessoas, por outro lado, podem ficar cada vez mais desconfiadas da qualidade do conteúdo escrito na internet. O Google, por sua vez, tem testado funcionalidades de IA para entregar um resultado mais rápido para o usuário, dando mais espaço para a posição 0 do Google e direcionando para resultados orgânicos de forma mais discreta
O formato de conteúdo "blog em texto" parece só perder espaço, enquanto que outros formatos vem ganhando espaço. Newsletters via plataforma (Substack, Beehiv) parecem estar crescendo cada vez mais, enquanto o formato de vídeo já vem explodindo nos últimos anos, principalmente no formato short-form (TikTok, Reels, etc.).
A tendência de creators parece estar crescendo e chegando em B2B. Essas personalidades parecem ter uma facilidade de iterar suas estratégias e criar identificação com suas audiências maior que empresas
Mas eu acredito que esses fatores não impedem de investir e ter sucesso com o canal SEO. Toda empresa precisa de um site que seja facilmente interpretado pelos motores de busca e com relevância nas pesquisas, então os investimentos no canal não vão acabar. Mas vão dividir espaço com outros canais em ascensão.
Não, SEO não morreu. Mas o que precisamos levar em consideração?
Pensar num fit melhor para SEO. Uma estratégia que foque nas palavras-chave mais relevantes para o ICP da empresa para trazer o tráfego mais qualificado, que por sua vez vai aumentar o volume de pesquisa pela Empresa, em vez do maior volume de tráfego possível é uma forma ter um ROI mais direto de uma estratégia de SEO.
Diversificar canais de aquisição. Não é possível mais depender só de SEO via blog e PPC, é preciso ter portfólio mais balanceado de canais de aquisição. Canais como influenciadores e SEO - vídeo tem crescido nos últimos anos e podem ser pontos iniciais de discussão. Entender melhor os loops de crescimento da sua empresa também vai proporcionar oportunidades de canais assimétricos (Viralidade no Slack, UGC do Miro e UGC via parceiros do Clay), que serão mais difíceis de serem replicados pela concorrência.
Destaques do Growth Digest da semana
Company blogs are no longer worth the investment Autora: Elena Verna. A newsletter de Elena Verna discute a queda da relevância dos blogs corporativos, com grandes nomes do B2B enfrentando estagnação de tráfego. A mudança se deve a um ambiente digital dominado por influenciadores e um aumento na busca por conteúdo autêntico, levando empresas a repensarem suas estratégias de marketing.
My weirdest A/B test blew everyone's mind Autor: Tom Orbach
Tom Orbach compartilha um teste A/B inusitado onde um fundo borrado aumentou as conversões em até 94%. O fundo provoca curiosidade, simula progresso e gera confiança. Outras empresas também obtiveram resultados positivos. Sugestões de melhorias incluem revelações graduais e animações sutis.